quinta-feira, 23 de junho de 2016

Selva Urbana


Uma cidade
não é feita apenas de concreto
pedra e vidro
carros, ônibus, motores
ferros e resistência
metrô e trem
É feita de sangue
e vida
seiva
que percorre ruas e avenidas
becos e alamedas
favelas
penetra por todos os poros da cidade
entra na linha do trem
atravessa estações
ocupa edifícios
sobe e desce
o Corcovado
escadas e elevadores
e se espalha pelo Ibirapuera


Uma cidade é uma árvore
que estende suas raízes para longe
à procura de equilíbrio e alimento


Uma cidade não é uma ilha
as cidades são florestas de concreto
habitadas por lobos e cordeiros
gulosos e famintos:
selva urbana!


Uma cidade precisa de muita comida
toneladas de frutas
milhares de litros de leite e água
oxigênio e...
papel higiênico!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Noite e Dia

Fuçando uns arquivos antigos, encontrei esse poema, ainda inédito:


noite e dia

à tarde
quando a noite deixa cair seu vestido preto
repleto de estrelas
eu sinto o cheiro dos seus cabelos
molhados
sinto a sua pele fresca do banho quente
e o seu perfume penetra-me os desejos

à noite eu tenho sonhos
e nos meus sonhos você me abraça
eu sinto os seus suspiros, a sua boca, seus seios
eu ouço os seus desejos, eu tiro a sua roupa
eu sinto suas mãos, te abraço forte
me perco nos seus beijos, eu te amo

30/01/07 19:53:53

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Pão com Poema



Como um pão com poema
no café da manhã.
No almoço uma rima.
À tarde me anima a maçã.
Do Éden expulso ao jantar,
planto um pé de poema
pra comer amanhã.


19/07/2011




Fonte da imagem: http://blogdaoktober.blogspot.com/2011/06/pao-e-poesia-esta-nas-padarias.html

Sobre Projetos "Pão e Poesia", além do blog citado, ver:
http://www.paopoesia.blogspot.com/
http://sociedademutuante.blogspot.com/2009/02/quem-e-diovvani-mendonca-diovvani.html

Esclareço que não participo de nenhum desses Projetos, muito interessantes, diga-se de passagem.

terça-feira, 19 de julho de 2011

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Oscilo



Oscilo com a pena na mão,
um pingo aqui, outro acolá...
E de repente tenho um poema
pequeno, que a pena me dá.

domingo, 17 de julho de 2011

Poemócio

 
De barriga cheia e papo pro ar
agora eu quero
um copo
um corpo
cama e travesseiro
lençol e o dia inteiro
para não pensar em nada
a rede, o sol e o som do mar
numa linda tarde de domingo
em que arde o sono
o abandono do ser
num ponto
final


Inspirado no poema de Sylvia Beirute "E Agora Eu".